Ontem, jantando na casinha humilde do pai do meu afilhado, na agradável cidade serrana de Gravatá (PE), a preocupação dele era uma só: "se continuar chovendo, não sei se terei condições de fazer a feira da próxima semana".
Eu explico: ele (José) é pintor e depende para viver de trabalhos esporádicos - que com a chuva intensa que atinge essa cidade -, praticamente desapareceram. Os nossos políticos (mesmo aqueles que verdadeiramente nos roubam) não têm essa preocupação: os seus salários - oriundos dos impostos dos Josés da vida -, são regiamente pagos sem depender do fator sorte (tempo sem chuva para José).
A vida é uma rotina perversa. Girando esse acontecimento, para se fazer ciência temos mesmo que ter uma dose excessiva de paciência e elan para a pesquisa científica. Um artigo (que sou co-autor) foi rejeitado por um editor associado (nesta manhã de sábado) com o seguinte comentário (depois dele tecer vários elogios ao paper)
"However, the Birnbaum-Saunders model which the paper studies has very limited use in statistics."
Seu ponto principal, no meu entender, é rídiculo. Assim, esse editor coloca de fora da ciência todas as pesquisas futuras envolvendo a B-S. Mas, mesmo com o injusto
parecer, tenho melhor sorte que José: enviaremos o paper para outro periódico! Ele não pode deixar sua família e procurar trabalho num local que não esteja chovendo.
Em tempo: a feira dele está garantida nas próximas 4 semanas, pois emprestei a grana para ele me pagar quando o seu trabalho costumeiro retornar.
sábado, 19 de junho de 2010
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Prof. Gauss,
ResponderExcluirFui seu aluno em 1972 no Colégio Marista
de Recife e fiz doutorado em computação
pela UNICAMP. Sempre tive profunda
admiração pelo seu trabalho e posso lhe garantir que você (permita-me tratá-lo por v.) foi o melhor professor que tive na minha vida. Professor preciso, sincero e correto que sempre soube colocar o conhecimento acima de todas as coisas. Há cerca de 28 anos não o encontro
mas espero revê-lo em breve. Sou seu fã.
Paulo Henrique (Campinas).