quarta-feira, 7 de julho de 2010

Espaço Cazuza

Há exatos 20 anos morria (em 7 de julho de 1990) um ídolo dos jovens da época: Cazuza.

Eu morava num apto na Rua General Urquiza (Leblon, Rio) e minhas duas filhas gostavam de passear nas cercanias, quando no transcorrer da semana, uma repórter do JB fez uma longa entrevista com uma delas como fã do compositor, que foi publicada como notícia de primeira página desse conceituado jornal. Era uma enquête promovida para a criação do Espaço Cazuza que hoje fica na Av. Ataulfo de Paiva.

Para assinalar essa data, pesquisei as obras de alguns compositores, encontrando os seguintes números (idade que morreu entre parênteses): Noel Rosa (27 anos) > 300 composições; Adelino Moreira (84 anos) 120 composições; Cazuza (32 anos) 126 composições; Tom Jobim (67 anos) 210 composições; Renato Russo (36 anos) 249 composições; John Lennon (40 anos) 388 composições; Chico Buarque 456 composições;
Luiz Gonzaga (76 anos) 522 composições; Roberto Carlos 674 composições.

Adiciono a seguir alguns comentários enviados pelo Prof. Aluísio Pinheiro (PhD em Estatística e professor da UNICAMP), que considero um dos estatísticos brasileiros que mais entende de MPB:

"Mais alguns compositores: Jacob do Bandolim, 104 em 49 anos; Custodio Mesquita, mais de 100 em 35 anos incompletos; Villa-Lobos, cerca de 1000 em 72 anos; Ary Barroso, 450 em 63 anos; Lamartine Babo, 280 em 59 anos; Lupicinio Rodrigues, com cerca de 120 em 60 anos, Capiba, com mais de 150 em 93 anos, Ataulfo Alves, com mais de 330 em 60 anos, Dorival Caymmin, com cerca de 110 em 93 anos, Dilermando Reis, com cerca de 130 em 61 anos, Baden Powell, com cerca de 250 em 63 anos; Cartola,
com cerca de 90 em 63 anos.

Os quatro primeiros eram muito mais sofisticados em suas composições do que todos menos um ou dois da lista abaixo. Lamartine Babo compôs os onze hinos dos clubes
do Rio, os mais bonitos do Brasil, em apenas duas tardes!!!

Isso sem falar em outros compositores sofisticados como: Francis Hime, Djavan, Hermeto (baixa produção numérica), Guinga, Paulinho da Viola, Ismael Silva, Ivan Lins, Sivuca, João Bosco, Eumir Deodato (baixa produção numérica).

Essa lista se encerra, pois não tem fim: para outros nomes, basta consultar online o Dicionário de Cravo Albin. Tenho uma edição anterior impressa. Somente procurei por informações de compositores melodistas realmente talentosos."

Entre os citados acima, quem ganha em termos de quantidade de composições é o grande
Heitor Villas-Lobos (cerca de 1000), mas todos estarão distantes da produtividade ímpar de Noel. Para aqueles que podem achar que quantidade não é qualidade, entre os citados acima, a qualidade é difícil de ser contestada.

Impressionante é o grande número de cariocas na lista acima. Isso seria explicado
pela beleza natural (mar e montanhas) do Rio, pelo época do ouro das suas rádios, por ser a capital federal ou pelas suas mulheres façeiras revelando a simetria de suas linhas, a beleza de suas formas e a harmonia dos seus contornos no imaginário dos compositores cariocas? Ou algum outro fator?

Viva Cazuza!

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