segunda-feira, 22 de março de 2010

A Pujança da Economia Brasileira

Tenho sempre escrito sobre a pujança da economia brasileira em detrimento da ciência produzida pelo país, conforme pode ser verificado no artigo abaixo em http://gausscordeiro.blogspot.com/2010/03/ciencia-no-brasil.html.

A Revista Forbes mostra agora mais um ponto positivo para a economia brasileira, ao colocar um brasileiro - o empresário Eike Batista -, no 8o lugar na lista dos 10 homens mais ricos do mundo. Na frente dele, tem um mexicano, três americanos, um francês e dois indianos. Ninguém mais! Sua fortuna estimada em 27 bilhões de dólares equivale a, aproximadamente, 1/75 do que tudo que o Brasil produziu de bens e serviços (seu PIB) no ano de 2009 (cerca de 2 trilhões de dólares). Um operário que ganha o salário mínimo teria que trabalhar 7.330.317 anos para acumular a fortuna que o Sr. Eike tem hoje. Um recém doutor de uma IES teria que trabalhar um pouco menos: cerca de 679.720 anos.

O Sr. Eike foi o bilionário que mais ganhou dinheiro em 2009. A sua fortuna aumentou (neste ano) cerca de US$ 19,5 bilhões, ou seja, o crescimento ocorreu a uma taxa média de R$ 1110,00 por segundo. Um professor da rede pública estadual do Estado de Pernambuco em regime de 40 horas semanais ganha essa taxa por mês de trabalho. Mundo estranho esse... Torna-se interessante comparar esse crescimento com o PIB do Estado do Rio de Janeiro em 2009, que foi de 172 bilhões de dólares em 2009. Assim, o empresário sozinho respondeu por 11% desse PIB. Em outras palavras, pelo equivalente ao ganho de 1,2 milhão de fluminenses. Sem ele, o PIB per capita desse estado seria 89% menor do que o valor atual.

No final da semana passada, a Forbes refez seus cálculos e por conta do aumento rápido do valor de algumas ações de suas empresas, o Sr. Eike passou a ser a 4a fortuna do mundo. O mais surpreendente é que há dois anos o Sr. Eike ocupava o modesto 142º lugar entre os homens mais ricos do planeta. O empresário investe nas áreas de mineradoras, petróleo, logística, geração de energia, construção naval, saúde, imóveis, turismo e até restaurantes. A Folha de São Paulo de 11/03/10 enfatiza "que dois terços da fortuna de Eike vêm da sua empresa de exploração de gás e petróleo".

Quando eu era garoto - homem rico era o Sr. Manuel Batista da Silva (banqueiro - dono do finado BANORTE) -, cuja família morava num imenso casarão da Av. Rui Barbosa bem defronte dos Colégios das Damas e São Luiz no Bairro dos Aflitos. Ele figurava nos jornais como a 9a fortuna do Brasil, época áurea dos usineiros de Pernambuco e quando Recife era a terceira cidade mais importante do País. Agora, surge para mim numa escala agigantada esse Sr. Eike.

O Brasil será a 4a maior economia do mundo daqui a quatro décadas e sua economia (forte e consolidada) é bem evidente. Dois bons exemplos: i) Agora, a grande maioria das casas dos brasileiros mais humildes tem televisão a cores. Eu comprei a minha primeira TV a cores em Londres em setembro de 1979; ii) A CEF e outros bancos estão financiando de forma correta milhares de moradias, o que não acontecia com o famigerado BNH.

Entretanto, cabe reiterar que grande parte da riqueza do Eike foi feita em torno da aquisição da CSN - ofertada a preço de banana pela equipe econômica do FHC (se não estou enganado). Esse crime de lesa-pátria não pode ser direcionado ao próprio Eike que age como qualquer capitalista. Finalmente, enfatizo que alguns formadores de opinião têm definido seus negócios na área do petróleo como escusos.

Um comentário:

  1. Olá,

    Aproveito este canal para divulgar o Observatório de Política Econômica. Trata-se de um Blog com postagens diárias das notícias que repercutiram na mídia exterior sobre a economia brasileira:

    http://observatorio-de-politica-economica.blogspot.com/

    Atenciosamente,
    Equipe OPE

    ResponderExcluir