quinta-feira, 4 de março de 2010

Um singelo tributo ao Prof. Francisco Magalhães

A comunidade acadêmica da UFRPE sentiu, com muito pesar, o falecimento prematuro do Prof. Francisco Oliveira Magalhães, ocorrido no dia 22 de janeiro.

Conheci o Prof. Francisco em 1963 quando fui seu aluno de matemática por três anos consecutivos no Colégio Marista - à época ele era irmão Marista - sendo chamado de Irmão Nilo.

Muito dedicado e exigente com seus alunos - passava problemas complexos de álgebra e geometria da coleção de livros FTD nas provas.

Na turma de 1964 desse Colégio - segundo ano do meu ginásio -, somente seis alunos de cerca de 50 passaram por média em matemática com ele e eu, por pura sorte, fui um deles.

No científico do Colégio Marista começou a ensinar química - mas não fui mais seu aluno, pois fui estudar no Colégio Salesiano a partir de 1967. Entretanto, meus antigos colegas do Marista, sempre ressaltavam que ele já adotava no científico (para leitura extra aula) alguns livros americanos de química traduzidos para
o português e que só eram ensinados na universidade. Certamente, Irmão Nilo marcou minha geração no Colégio Marista e de outros colegas talentosos que ocupam funções importantes hoje como Sóstenes Lins, Rildo Pragana, Paulo Cunha, Walter França, Roberto Carício, entre outros.

Francisco era uma pessoa muito correta e de princípios éticos. Ele dava um grande valor ao conhecimento científico e gostava de conversar sobre a história da ciência.
Há alguns anos, ele venceu as eleições diretas para Reitor na UFRPE (seu vice era José Antonio Aleixo). Eles venceram as eleições mas não assumiram por questões meramente políticas.

De uns anos para cá, sempre me encontrava com ele -, que mesmo aposentado estava quase todas as tardes na UFRPE - ia e voltava sempre de ônibus com uma pasta de documentos debaixo do braço. De vez em quando, eu dava uma carona para ele até a Avenida Caxangá - quando aproveitávamos para botar conversa fora -, falando sobretudo da universidade e discutindo causos da ciência.

A última vez que o vi, há uns 10 meses, lanchamos juntos numa das barracas da entrada da UFRPE e conversamos por quase uma hora. No final, ele me viu meio apressado e comentou: "Gauss, você continua com a mesma pressa de sempre desde
quando era meu aluno". Uma grande perda para o meio acadêmico. Que Francisco descanse em paz!

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