quarta-feira, 24 de março de 2010

Quinze Cientistas Importantes

Para meus alunos e leitores entenderem melhor a vida de grandes nomes da ciência, apresento abaixo um sumário de quinze cientistas entre os mais importantes. Alguns dos textos aqui descritos foram resumidos da internet.

O primeiro, Pierre de Fermat, considerado o príncipe dos amadores, nunca considerou a matemática como a principal atividade de sua vida. Era Juiz da Suprema Corte de Toulouse e estudava matemática por diletantismo. Em razão de seu cargo, não podia ter amigos para não ser acusado de favoritismo em seus julgamentos. Na produção científica de Fermat, percebe-se uma característica predominante amadora. Na ver- dade, com pouquíssimas exceções, ele não publicou nada em vida e nem fez qualquer exposição sistemática de seus métodos, pois tinha mais os problemas da matemática como desafios a superar. As suas contribuições para o cálculo geométrico e infini- tesimal foram inestimáveis. Ele mostrou como calcular as áreas de parábolas e hipér- boles, e determinou o centro de massa de vários corpos. Fermat conhecia o cálculo infinitesimal muito antes de Newton. Uma outra contribuição importante se insere na Teoria das Probabilidades. Seus avanços nesta área deram-se por volta de 1654, quando passou a se corresponder com Pascal. A probabilidade era um assunto desco-nhecido por Fermat até então, que procurou descobrir as regras matemáticas que descrevessem com maior precisão as leis do acaso. Com o advento dos computadores foram testados o seu último trabalho (o Teorema de Fermat) com milhões de algarismos supondo diferentes valores para x, y, z e n>2. A igualdade x^n + y^n = z^n não se verificou. Assim empiricamente se comprova que Fermat tinha razão. O teorema de Fermat desafiou matemáticos por todo o mundo durante 358 anos, até que o britânico Andrew Wiles conseguiu demonstrá-lo, definitivamente, em 1995. Coube a Fermat a introdução de eixos perpendiculares, a descoberta das equações da reta, da circun- ferência e das cônicas. Por mérito, as coordenadas cartesianas deviam denominar-se coordenadas Fermatianas. Cartesius é a forma latinizada de Descartes (René).

O segundo, Blaise Pascal, viveu apenas 39 anos e foi filósofo, físico e matemático francês. Como filósofo e místico criou uma das afirmações mais pronunciadas pela humanidade nos séculos posteriores: "O coração tem razões que a própria razão desconhece", síntese de sua doutrina filosófica - o raciocínio lógico e a emoção.
Deduziu 32 proposições de geometria estabelecidas por Euclides. Publicou em 1640 o célebre Teorema de Pascal. Especializou-se em cálculos infinitesimais e criou uma máquina de somar - a Pascalina, a primeira calculadora mecânica que se conhece. Juntamente com Fermat, estabeleceu, em 1654, as bases da teoria das probabilidades e da análise combinatória, que Huygens ampliou três anos depois. Esclareceu os prin- cípios da prensa hidráulica e estabeleceu o Princípio de Pascal que diz: em um líquido em repouso ou equilíbrio as variações de pressão transmitem-se igualmente e sem perdas para todos os pontos da massa líquida. É o princípio de funcionamento do macaco hidráulico. Na Mecânica é homenageado com a unidade de pressão Pascal (1Pa = 1 N/m²). Escreveu um tratado sobre hidrostática que só foi publicado um ano após sua morte em 1663. Por causa de uma "visão divina", abandonou as ciências para se dedicar exclusivamente à teologia.

O terceiro, Leibniz, matemático, filósofo, cientista, diplomata e bibliotecário alemão. Atribui-se a ele a criação dos termos "função" e variável usado para descrever uma quantidade relacionada a uma curva, como, por exemplo, a sua inclinação ou um ponto qualquer situado nela. Deve-se a Leibniz e a Newton, a origem do cálculo moderno, em particular pelo seu desenvolvimento da integral e da regra do produto. Demonstrou genialidade, também, nos campos da lei, religião, política, história, literatura, lógica, metafísica e filosofia. Em 1666, ele formulou um modelo que é o precursor teórico de computação moderna: todo raciocínio, toda descoberta, verbal ou não, é redutível a uma combinação ordenada de elementos tais como números, palavras, sons ou cores. Leibniz encontrava-se dois séculos à frente de sua época, no que concerne à matemática e à lógica. Ele criou uma máquina de calcular, superior à que fora criada por Pascal, fazendo as quatro operações. Em 1676, ele descobriu o teorema fundamental do cálculo, que só foi publicado em 11 de julho de 1677, onze anos depois da descoberta não publicada de Newton. Durante toda a sua vida, Leibniz trabalhou para aristocratas, buscando em suas genealogias provas legais de direito ao título de posse de terras, chegando a confirmar para seus empregadores o direito a metade de todos os tronos da Europa. Ele organizou a Academia de Ciências de Berlim, da qual foi o primeiro presidente. Esta Academia permaneceu como uma das três ou quatro principais do mundo até que os nazistas a eliminaram. Morreu solitário e esquecido. Seu funeral foi acompanhado por seu secretário, única testemunha de seus últimos dias.

O quarto, Newton, físico e matemático, foi um dos criadores, junto com Leibniz, do Cálculo Diferencial e Integral. Ele, também, descobriu várias leis da mecânica e a Teoria da Gravitação Universal. Para Newton, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional. Seu trabalho científico sofreu forte influência dos trabalhos de Fermat sobre retas tangentes à curvas. Fez suas primeiras hipóteses sobre gravitação universal e escreveu sobre séries infinitas, o embrião do Cálculo Diferencial e Integral. Por causa de uma peste, em 1665, o Trinity College fechou e o cientista foi para casa de sua mãe em Woolsthorpe. Foi neste ano de retiro que construiu quatro de suas principais descobertas: o teorema binomial, o cálculo, a Lei da Gravitação Universal e a natureza das cores. O método numérico conhecido hoje como Método de Newton-Raphson foi publicado em 1685 por John Wallis, embora Joseph Raphson tenha publicado um caso especial deste algoritmo em 1690. Sua principal obra foi a publicação "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural" (1687), em três volumes, no qual enunciou a lei da gravitação universal, generalizando e ampliando as constatações de Kepler, e resumiu suas descobertas, principal- mente o cálculo.

O quinto, D’Moivre, foi um matemático francês famoso pela Fórmula de D’Moivre, que relaciona os números complexos com a trigonometria, pela sua descoberta da distribuição normal e pelas contribuições à teoria das probabilidades. Era amigo de Isaac Newton e Edmund Halley. Ele teve de abandonar o seu país por motivos religiosos, tendo vivido em Inglaterra a partir de 1685. Por não ser inglês, foi-lhe sempre negado o direito de lecionar nas Universidades da Ingla- terra, embora tenha sido eleito ainda muito novo para a Royal Society, já que o mérito das suas investigações matemáticas (realizadas através de aulas particulares que dava para subsistir) foi, desde cedo, reconhecido pela comunidade científica inglesa e, designadamente, pelo próprio Newton. Na sua obra "Doctrine of Changes" dedicou-se ao estudo das leis do acaso, sendo um dos nomes que, no século XVIII, aparecem como patronos da Teoria das Probabilidades. O seu estudo analítico da trigonometria associado aos números complexos e às fórmulas que atualmente usamos são conhecidas com o seu nome.

O sexto, Leonhard Euler, foi um matemático e físico suíço e era amigo dos Bernoulli. Dividiu uma casa com Daniel Bernoulli, além de colegas eram amigos, e trabalhavam frequentemente juntos. Euler foi professor de física em 1731 pela sua classificação no ranking da escola. Dois anos mais tarde, Daniel Bernoulli partiu para Basiléia, sendo substituído por Euler como professor de Matemática. A contribuição de Euler para a teoria dos logaritmos não se res- tringiu à definição de expoentes, como usamos hoje. Trabalhou, também, no conceito do logaritmo de números negativos. Enquanto se mantinha pesquisando em Berlim, d'Alembert pesquisava em Paris. Em 1747, Euler escreveu a este matemático explicando corretamente a questão dos logaritmos dos números negativos. Mas ao contrário do que seria de se esperar, a fórmula proposta por Euler, válida para qualquer ângulo (em radianos), não foi compreendida por Bernoulli nem por d'Alembert pois, para eles, os logaritmos de números negativos eram reais, o que não é verdade já que se tratam de números imaginários puros. Através da sua identidade – mais tarde conhecida como Igualdade de Euler – é possível observar que os logaritmos de números complexos, reais ou imaginários, também, são números complexos. Usando as identidades de Euler é, também, possível expressar quantidades como sen(1+i) ou cos(i), na forma usual para números complexos. Desta maneira, vê-se que ao se efetuar operações transcen-dentes elementares sobre os números complexos, os resultados são números complexos. Em 1735, Euler resolve um problema que lhe dá fama mundial - o chamado "problema da Basiléia". Trata-se de somar a série infinita dos inversos dos quadrados. Johann Bernoulli tinha tentado resolver esse problema durante décadas, tendo desafiado matemáticos de todo o mundo. Euler desenvolve, assim, um novo método analítico para lidar com o problema. Mas o seu método permite também somar todas as séries infinitas do mesmo tipo em que o expoente é um número par. Voltaire, o filósofo, que teve uma posição favorecida no círculo social do Rei, teve uma grande disputa com Euler, um homem simples e religioso. Euler era, em muitas maneiras, o oposto direto de Voltaire. Ficou famosa uma disputa na corte sobre a existência de Deus em que, depois de Voltaire brilhantemente ter "demonstrado" a inexistência de Deus e, portanto, a banalidade da fé religiosa de Euler, este simplesmente escreveu uma equação num quadro e declarou "e, portanto, segue-se que Deus existe". Em 1771, Euler perdeu todos os seus bens, à exceção dos manuscritos de Matemática, num incêndio na sua casa. No mesmo ano é operado às cataratas, o que lhe restituiu a visão durante um breve período de tempo. Mas, ao que parece, Euler não teria tomado os devidos cuidados médicos e ficou completamente cego. Em 1773, perdeu a sua mulher de 40 anos. Passou os anos finais de sua vida na Rússia, então sob a proteção de Catarina a Grande. Por ter sido um dos melhores e mais produtivos matemáticos do mundo, foi representada na sexta série das notas do banco Suíço e em numerosos selos da Suíça, Alemanha e da Rússia.

O sétimo, Laplace, foi um dos professores preferidos de Napoleão Bonaparte e era chamado o Newton da França, sendo considerado o fundador da moderna teoria das probabilidades. Laplace é conhecido principalmente por seu trabalho sobre as equações diferenciais, a Transformada de Laplace e a Equação de Laplace. Ficou famoso, também, o Demônio de Laplace, concebido pelo físico: de posse de todas as variáveis que determinam o estado do universo em um instante t, ele pode prever o seu estado no instante t'>t.

O oitivo, meu xará, Gauss, nasceu em 1777 e viveu até 1855, sendo considerado um dos maiores matemáticos de todos os tempos, tendo a estatura de Arquimedes e de Newton. Seus campos de interesse excederam os de ambos. Gauss contribuiu para todos os ramos da Matemática e para a Teoria dos Números. Dentre suas descobertas nos tempos de estudante, as mais significativas são a do método dos mínimos quadrados e a prova da reciprocidade quadrática na teoria dos números. Com a quarta prova do teorema fundamental da álgebra, concluiu seu doutorado em 1801. Ele desenvolveu sistematicamente seus métodos de cálculo de órbitas incluindo a teoria e o uso de mínimos quadrados. O método dos mínimos quadrados foi muito importante no cálculo da órbita do planeta Ceres que havia sido recentemente descoberto. Em janeiro de 1801, Piazzi observou e perdeu o novo planeta. Durante o restante do ano astrônomos tentaram em vão localizar o novo planeta e Gauss decidiu assumir mais este desafio. Para isso ele aplicou duas das mais apu- radas teorias de órbitas e improvisou métodos numéricos. Em dezembro a tarefa estava cumprida e o planeta foi encontrado na órbita pré-calculada. Este feito de localizar um corpo celeste pequeno e distante com informações visuais insuficientes pareceu sobre-humano, principalmente porque Gauss não revelou seus métodos. Gauss firmava sua reputação de matemático e cientista genial. Esta década que começou com o cálculo preciso da órbita de Ceres foi decisiva para Gauss e terminou com a publicação do seu livro Mecânica Celeste. Gauss inventou o método de mínimos quadrados, que hoje é indispensável em pesquisa na Estatística e dividiu o mérito com Legendre, que publicou o método (independentemente) em 1806. Este trabalho foi o começo do interesse de Gauss na teoria dos erros de observação. A lei de Gauss da distribuição normal de erros e sua curva em formato de sino, que a acompanha, é hoje bastante familiar para todos que trabalham com Estatística. Em 1809 ele publicou sua segunda obra prima "Teoria do Movimento dos Corpos Celestiais Girando a volta do Sol", na qual se encontra uma exaustiva explanação da determinação das órbitas dos planetas e cometas. Os seus estudos na Física tiveram seu início formal em 1829 com estudos sobre o campo magnético terrestre, porém ele mostrou pouca experiência para realizar medições, o que tornou valiosa a colaboração de Weber, um jovem e brilhante físico. Em outubro deste ano Gauss voltou-se a estender seus conhecimentos ao campo da física, começando a trabalhar em problemas de física teórica, especialmente em mecânica, capilaridade, acústica, óptica e cristalografia. Em 1832, Gauss apresentou à Academia um trabalho em que aparece pela primeira vez o uso sistemático de unidades absolutas (distância, massa, tempo) para medir grandezas não mecânicas. Juntamente com Weber, em 1833, Gauss chegou às leis de Kirchoff e antecipou várias descobertas na eletricidade, estática, térmica e da fricção, porém não publicaram resultados, pois seus interesses estavam voltados ao eletromagnetismo terrestre, sendo que na publicação de maior relevância, Gauss expressa o potencial em qualquer ponto da superfície da terra como uma série infinita de funções esféricas, juntamente com dados experimentais. Nem todas as descobertas de Gauss no período prolífico de 1796 a 1814 foram anotadas, mas muitas das que ele rascunhou são suficientes para estabelecer a prioridade de Gauss em vários campos (funções elípticas, por exemplo) onde alguns de seus contemporâneos se recusaram a acreditar que ele os havia precedido. Gauss nunca reivindicou a autoria de descobertas a que ele se antecipara (algumas se tornaram importantes campos da matemática no século XIX). Embora o sentido de alguns registros esteja perdido para sempre, a maior parte é suficientemente clara. Alguns nunca foram publicados, segundo ele, por considerar seus trabalhos científicos apenas como resultado da profunda compulsão de sua natureza. Publicá-los para o conhecimento de outros lhe era inteiramente indiferente. Disse, também, que tal volume de novas idéias trovejou em sua mente, antes de ter completado vinte anos que, dificilmente, poderia controlá-las, só havendo tempo de registrar uma pequena fração delas. Gauss apresentava provas sintéticas e conclusões indestrutíveis de suas descobertas às quais nada poderia ser acrescentado ou retirado: "Uma catedral não é uma catedral - disse - até que o último andaime tenha sido retirado". Com este ideal diante de si, Gauss preferia polir sua obra muitas vezes, ao invés de publicar um grosseiro esboço. Seu princípio era: uma árvore com poucos frutos maduros. Os frutos deste esforço em busca da perfeição estavam, na verdade, maduros, mas nem sempre facilmente digeríveis. Todos os passos pelos quais o gol tinha sido atingido tinham sido omitidos, não era fácil para seus seguidores redescobrir a estrada pela qual ele tinha caminhado. Conseqüentemente, alguns de seus trabalhos tiveram que esperar por intérpretes altamente qualificados antes que o mundo da matemática pudesse entendê-los. Gauss desprezava os filósofos que se ocupavam de assuntos científicos, por eles não compreendidos. E levou a sério a existência de Ceres. Calcular sua órbita com tão escassos detalhes disponíveis poderia ser quase impossível. Mas para o jovem cuja memória inumana o capacitava a dispensar uma tábua de logaritmos quando ele estava apressado, toda esta aritmética infindável – logística não aritmética - não o assustava. Era, ao contrário, um desafio tentador, que lhe daria fama e dinheiro.

Gauss não estava isento de inimigos. Foi ridicularizado por aqueles que consideravam um desperdício de tempo computar a órbita de um planeta insignificante. Ele obteve avanços significativos em geometria e na aplicação da matemática para a teoria Newtoniana da atração e eletromagnetismo. Como foi possível a um único homem realizar tão colossal massa de trabalho da mais alta categoria? Com sua modéstia característica Gauss declarou que "se outros tivessem pensado nas verdades matemáticas tão profunda e continuamente quanto eu, eles poderiam, ter feito minhas descobertas". Dava pouca importância ao uso prático de suas invenções. Gauss nunca foi atraído pelo reconhecimento público oficial, embora sua competência em estatística, segura e aritmética política pudesse ter feito dele um bom ministro de finanças. Seus últimos anos foram cheios de honrarias, mas não da felicidade que ele teria merecido. Pela primeira vez em mais de vinte anos ele deixou Göttingen, no dia 16 de Junho de 1854, para ver a estrada de ferro que estava sendo construída entre sua cidade e Kassel. Gauss sempre tivera agudo interesse pela construção e operação de estradas de ferro; agora ele veria uma sendo construída. No caminho, os cavalos dispararam; ele foi atirado para fora da carruagem. Não ficou ferido, mas muito chocado. Recuperando-se, ainda teve o prazer de assistir à abertura das cerimônias quando a estrada de ferro chegou a Göttingen em 31 de Julho de 1854. No começo do ano seguinte surgiram os sintomas de gota. Inteiramente consciente, praticamente até o fim, morreu pacificamente na manhã de 23 de Fevereiro de 1855.

O nono, Poisson, foi um matemático e físico francês famoso por suas equações, nas quais distinguiu a matemática para a mecânica da matemática para a física. Poisson desenvolveu o expoente de Poisson que é usado na transformação adiabática de um gás. A lei de transformação adiabática de um gás diz que o produto entre a pressão de um gás e o seu volume elevado ao expoente de Poisson é constante. A equação de Poisson é uma equação de derivadas parciais com uma ampla utilidade em eletrostática, engenharia mecânica e física teórica.

O décimo, Francis Galton, antropologista, meteorologista, matemático e estatístico, nasceu em 1822, perto de Birmingham, Inglaterra. Ele estudou nas Faculdades de Birmingham e de Londres e na Universidade de Cambridge, mas parou antes de se formar para viajar. Galton foi o pai do campo da eugenia, ele é mais conhecido pelos seus estudos de hereditariedade e inteligência humana. Ele era primo de Charles Darwin e subsidiou as futuras teorias deste, realizando estudos conjuntos sobre antropologia e inteligência humana, orientados para demonstrar o caráter hereditário dos traços físicos e mentais dos indivíduos. Notável teórico da heredi- tariedade genética, ele formulou, então, a polêmica teoria eugênica sobre o aprimoramento da espécie. Na estatística, Galton formulou conceitos de regressão enquanto estudava semelhanças familiares. Ele, também, desenvolveu questionários e métodos de pesquisa para coleta de dados.

O décimo primeiro, Edgeworth, foi um economista de inspiração liberal e professor de ciências econômicas da Universidade de Oxford. Ele é considerado um dos maiores expoentes da escola matemática, ou seja, da corrente doutrinária que propôs a aplicação do método matemático para as indagações econômicas. O nome de Edgeworth está ligado principalmente à análise do conceito de utilidade e das leis de mercado. De grande importância foi sua introdução das curvas de indiferença no estudo do equilíbrio do consumidor.

O décimo segundo, Sir Ronald Fisher, nasceu em 1890 em Londres, Inglaterra e morreu em Adelaide na Austrália. Ele recebeu um grau de BA em astronomia pela Universidade de Cambridge em 1912. Entre os assuntos que Fisher estudou em Cambridge estava a teoria de erros e desse estudo Fisher começou a estudar estatística. Ele é considerado um dos pais e fundador da estatística moderna. Muitas das suas contribuições mais importantes foram desenvolvidas enquanto ele estava na Estação Experimental Agrícola de Rothamsted, inclusive seus trabalhos na análise de variância, testes de hipótese, método da máxima verosimilhança e planejamento de experimentos. Fisher foi muito importante para a Genética e a Estatística. Savage num artigo de 1976 no Annals of Statistics diz: "Eu ocasionalmente encontro geneticistas que me perguntam se o grande geneticista R. A. Fisher é, também, um importante estatístico". Em 1919, Fisher começou a trabalhar na Estação Experimental de Rothamsted e definiu as idéias e os princípios de Planejamento de Experimentos e Análise de Variância. Ele descobriu a técnica de máxima verossimilhança e deu origem aos conceitos de suficiência, máxima verossimilhança e informação. Em 1925 publicou seu primeiro livro "Statistical Methods for Research Workers" e em 1935 publicou outro clássico "The Design of Experiments".

O décimo terceiro, Karl Pearson, estatístico e matemático, nascido em Londres, deu uma grande contribuição para o desenvolvimento da Estatística. Ele foi o fundador do Departamento de Estatística Aplicada do University College (1911) que foi o primeiro Departamento de Estatística em todo o mundo. Juntamente com Galton e Weldon, fundou a Biometrika e desenvolveu um grande número de métodos estatísticos padrões, sendo um dos fundadores da estatística moderna. Publicou a maioria dos seus trabalhos na Biometrika. Embora muitos dos seus estudos estivessem associados às questões de hereditariedade, os seus métodos e até as expressões que criou, tais como hipótese nula e nível de significância, fazem hoje parte da rotina diária de todo estatístico e cientista.

O décimo quarto, Gosset (mais conhecido como Student), tentou ser engenheiro mas foi rejeitado em virtude de problemas de visão. Ele graduou-se em Química pela Universidade de Oxford, onde se graduou em Química. Após formado, conseguiu um emprego como químico da cervejaria Guinness em Dublin, Irlanda. Na Guinness ele fez contribuições importantes para a Estatística, apesar de não ter sido contratado como estatístico. Foi o ambiente de trabalho na cervejaria que estava interessada em melhorar a qualidade de sua cerveja que o tornaram um estatístico. Em 1900, o Laboratório de Pesquisa Guinness foi inaugurado e se estava tentando obter a matéria prima para a cerveja ao menor custo possível, mas com a melhor qualidade possível. Para isto fatores como variedades de cevada e lúpulo, condições de cultivo e maturação. Após alguns anos de pesquisa Gosset teve a oportunidade de trabalhar como estatístico. Ele foi capaz de obter dados de diferentes exemplos de fabricação para tentar encontrar o que seria o melhor. Como os novos cervejeiros trabalhavam em conjunto era natural para eles levarem os dados para que Gosset resolvesse os problemas numéricos. Em 1903, ele podia calcular erros padrão. Em 1904, ele escreveu sobre o processo de fabricação de cerveja. Este relatório levou Karl Pearson a consultá-lo. Eles se encontraram em julho de 1905, tendo uma longa conversa. Pearson em uma hora e meia fez com que Gosset entendesse a teoria dos erros padrões. Ele voltou a cervejaria e colocou os métodos em prática. O encontro com Pearson fez com ele estudasse, também, a teoria dos erros. Ele escrevia artigos em suas horas de folga e publicava sob o pseudônimo de "Student", pois a cervejaria não permitia qualquer publicação feita por seus empregados. Estes artigos eram sobre a distribuição da média e sobre o coeficiente de correlação. Ele nunca trabalhou de forma isolada. Ele conduziu experimentos para testar variedades de sementes. Gosset trabalhou com Neyman e com Fisher que não tinha boas relações com Pearson que não era o caso de Gosset que se dava muito bem com ambos. Ele descobriu a forma da distribuição "t" através de uma combinação de trabalho empírico e matemático com números aleatórios em uma das primeiras aplicações do método de Monte-Carlo.

O último, décimo quinto, Alan Turing, foi um matemático britânico. A maior parte de seu trabalho foi desenvolvido na área de espionagem, e por isso somente em 1975 veio a ser considerado um grande nome na história da computação. Dedicava-se a teoremas que podiam ser comprovados, e à Teoria da Computabilidade. Aos 24 anos de idade, consagrou-se com a projeção de uma máquina que, de acordo com um sistema formal, pudesse fazer operações computacionais. Mostrou como um simples sistema automático poderia manipular símbolos de um sistema de regras próprias. A máquina teórica de Turing pode indicar que sistemas poderosos poderiam ser cons- truídos. Tornou possível o processamento de símbolos, ligando a abstração de sistemas cognoscitivos e a realidade concreta dos números. Isto é buscado até hoje por pesquisadores de sistemas com Inteligência Artifical (IA). Para comprovar a inteligência artificial ou não de um computador, Turing desenvolveu um teste que consistia em um operador não poder diferenciar se as respostas a perguntas elaboradas pelo operador eram vindas ou não de um computador. Caso afirmativo, o computador poderia ser considerado como dotado de inteligência artifical. Sua máquina pode ser programada de tal modo que pode imitar qualquer sistema formal. A idéia de computabilidade começou a ser delineada. Em 1943, sob sua liderança foi projetado o Colossus, computador inglês que foi utilizado na Segunda Guerra Mundial. Utilizava símbolos perfurados em fitas de papel que processava a uma velocidade de 25.000 caracteres por segundo. O Colossus tinha a missão de quebrar códigos alemães ultra-secretos produzidos por um tipo de máquina de codificação chamada Enigma. Os códigos mudavam frequentemente, obrigando a que o projeto do Colossus devesse tornar a decifração bastante rápida. Turing foi depois até os Estados Unidos da América para um projeto de transmissão de dados transatlânticos de forma segura. Como homossexual declarado, no início dos anos 50 foi humilhado em público, impedido de acompanhar estudos sobre computadores, julgado por "vícios impróprios" e condenado a terapias à base de estrogênio, um hormônio feminino o que, de fato, equivalia à castração química e que teve o humilhante efeito secundário de lhe fazer crescer seios. Deprimido, em 7 de Junho de 1954, com apenas 41 anos, suicidou-se após ter comido uma maçã envenenada. A empresa APPLE lhe faz uma homenegem usando essa maça cortada como sua logomarca.

4 comentários:

  1. Muito interessante, Professor. Mas a minha lista tem que incluir também:

    Nicolaus Copernicus (modelo heliocêntrico),
    Galileu (astronomia),
    Lord Kelvin (termodinâmicos),
    Dmitri Mendeleev (tabela periódica),
    James Clerk Maxwell (teoria de electromagnetismo), Ernest Rutherford (núcleos dos átomos),
    Albert Einstein (relatividade e teoria quântica),
    John von Neuman (matemática),
    e meu favorito - Richard Feynman (electrodinâmica quântica).

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  2. gostei muito de ter visto o seu blog e queria que outras pessoas vissem também,voçê deveria anunciar mais o seu blog...Parabéns muito bom!!!

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  3. quais foram os 3 principais que ajudaram na montagem da tabela periodica?

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  4. legal, vou indicar para meus alunos

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